A 1ª assembleia da atual diretoria do SINPOL Sergipe deu o tom adesista, ou melhor, adrianista, de como será a atuação de nossa representação sindical nos próximos anos.
Diretores se revezaram no discurso de que a “versão do projeto OPC escolhido pelo secretário” é a “possível para o momento”. Destaque-se que a versão do secretário somente foi “liberada” para os interessados (filiados) poucas horas antes da assembleia. Isso graças a pressões inclusive de membros da diretoria que já manifestam, nos bastidores, preocupação com o ‘viés narcisista’ do presidente.
O projeto OPC original, fruto de debates do coletivo Amigos do SINPOL e de uma comissão de policiais civis (aquela que promoveu o excelente debate na campanha eleitoral do sindicato) deveria ter sido alvo de apresentação e debate com a categoria, antes de se transformar em proposta de projeto de lei. Todavia, ‘adrianisticamente’, foi entregue, em mãos, ao secretário de segurança, pelo atual presidente do sindicato, antes mesmo de sua posse. Tentativa ‘narcisista’ de ser o ‘pai da criança’. Ficou feio.
O presidente ‘narciso’ acreditou tanto que seria o ‘pai da criança’ que, antes de tomar posse e ser o representante oficial de nossa categoria, e, antes mesmo de ver o projeto enviado pelo governo e aprovado pela ALESE, no meio da campanha eleitoral do ano passado, divulgou vídeo declarando apoio ao então candidato ao governo e atual governador, Belivaldo Chagas. Descumpriu regra de ouro da boa prática sindical no serviço público: não se agradece ao político antes de se efetivamente conquistar o que se queria. Políticos não respeitam bajuladores.
De posse do projeto OPC original, a assessoria do secretário, a mando deste, retirou todos os ganhos financeiros, e ainda alterou o texto do artigo que tratava da ‘transformação dos cargos’, regra válida segundo o STF, para uma mera ‘alteração na nomenclatura’, claramente inconstitucional. Não por outra razão, a PGE declarou a inconstitucionalidade do projeto.
A versão do secretário do projeto OPC, além de má redigida, maliciosamente, semeia discórdia entre SUBSTITUTOS e os MAIS ANTIGOS. É a reedição da discórdia entre Agentes Auxiliares e Agentes, estes e Escrivães, que a gestão OPERAÇÃO PADRÃO conseguiu praticamente acabar. Dividir para conquistar.
Ao final, os presentes, 80% de substitutos, amedrontados pelos discursos inflamados e terroristas de alguns diretores, inclusive do narciso, e, reféns do baixo valor do subsídio e dos reduzidos plantões, aprovaram o verdadeiro ‘contrato de adesão’ que foi transformado o projeto OPC.
A ex-chapa do chefinho agora é a diretoria do patrão. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Aracaju, 13 de fevereiro de 2019.
ANTONIO MORAES, servidor policial civil
escrivão da Polícia Civil do Estado de Sergipe
ex-presidente do SINPOL Sergipe
coordenador do coletivo ‘Amigos do SINPOL’
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